Comentário Teológico de Atos 17:4-14

 - Paulo em Tessalónica e Beréia

Atos 17:4-14 é uma passagem que descreve as experiências missionárias de Paulo e Silas em Tessalônica e Bereia. Este trecho ilustra a pregação do evangelho, as reações variadas das pessoas, e as dificuldades enfrentadas pelos missionários. Aqui está uma análise teológica e exegética:

1. Tessalônica: Aceitação e Rejeição (Atos 17:4-9)

Versículos principais: -“Alguns deles foram persuadidos e se juntaram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos tementes a Deus e não poucas mulheres de alta posição”* (Atos 17. 4).

Contexto e mensagem:

- Pregação na sinagoga: Paulo utiliza as Escrituras para explicar que o Messias precisava sofrer, morrer e ressuscitar, apresentando Jesus como o Cristo.

- Conversões: A aceitação do evangelho entre judeus e gentios demonstra o poder da mensagem de Cristo em quebrar barreiras culturais e religiosas.

- Hostilidade: A oposição surge devido à inveja dos líderes judeus, que incitam uma multidão contra Paulo e Silas.

Aplicação teológica:

- Ressurreição como centro da pregação: A argumentação de Paulo baseia-se na centralidade da cruz e da ressurreição.

- Rejeição ao evangelho: A resistência mostra como o evangelho é uma mensagem desafiadora que confronta estruturas de poder e crenças estabelecidas.

2. Bereia: Busca pela Verdade (Atos 17:10-12)

Versículos principais: - Os bereanos eram mais nobres que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras para ver se tudo era assim mesmo. (Atos 17:11).

Contexto e mensagem:

- A nobreza espiritual dos bereanos:Eles são elogiados por sua atitude de estudo e verificação cuidadosa das Escrituras.

- Aceitação ampla: Muitos judeus e gregos em Bereia abraçam a fé, indicando que a busca sincera pela verdade conduz ao encontro com Cristo.

Aplicação teológica:

- Exame das Escrituras: A abordagem dos bereanos serve como modelo para os cristãos: fé informada deve ser baseada no estudo profundo e na verificação bíblica.

- Abertura ao evangelho: Aqueles que abordam a mensagem com honestidade intelectual e espiritual encontram transformação.

3. Perseguição e Fuga (Atos 17:13-14)

Versículos principais: - “Mas, quando os judeus de Tessalônica souberam que Paulo estava pregando a palavra de Deus em Bereia, foram também lá agitar e perturbar o povo” (v. 13).

Contexto e mensagem:

- Perseguição contínua: A oposição que começou em Tessalônica segue Paulo até Bereia, mostrando a persistência daqueles que rejeitam o evangelho.

- Partida de Paulo: Para proteger a missão e os novos convertidos, Paulo deixa Bereia, enquanto Silas e Timóteo permanecem para fortalecer a comunidade.

Aplicação teológica:

- Custo do discipulado: A perseguição faz parte da vida cristã e evidencia o conflito entre o reino de Deus e o sistema mundano.

- Estratégia missionária: A decisão de Paulo de partir reflete discernimento para preservar a missão sem comprometer os novos crentes.

Reflexão Geral: Atos 17:4-14 destaca três elementos principais do avanço missionário:

1. A pregação fiel do evangelho, baseada nas Escrituras.

2. Reações variadas à mensagem: aceitação, exame e rejeição.

3. O custo e a resiliência na missão.

Essa passagem continua a inspirar cristãos a perseverar na proclamação do evangelho, enfrentando desafios com sabedoria e fé, enquanto confiam no poder transformador das Escrituras.

A mensagem deste trecho é que as Escrituras do Velho Testamento testificam de Cristo. Podemos notar que nesses tempos havia vários falsos cristos, que geralmente chefiaram revoltas contra o governo estabelecido. A prova conclusiva de um pretendente ser genuino havia de ser o cumprimento nele das profecias do Velho Testamento.

Notemos as três grandes proposições que o apóstolo fez, e comprovou pelas Escrituras: 

1. Que Cristo padeceria. Há muitas Escrituras do V. T. desde Gn.3.15 em diante, em que, em tipo, figura ou profecia, se refere 20 sofrimento de Cristo, mas neste estudo vamos limitar-nos a uma só, que pode ser Isaías 53, uma das mais notáveis profecias do sofrimento do Messias. Nessa profecia aprendemos que Seu sofrimento era:

a) Por outros (vv. 4.5).

b) Injusto (v.8),

c) inaceitável a Israel (v.3),

d) Até a morte (V.7),

e) Medicinal (v. 5).

2. Que Cristo ressurgiria, o apóstolo provavelmente comprovou por uma citação do Salmos 16.10. Também podia ter aludido a figura dos dois pássaros em Lv 14.4-6, na qual um simboliza a morte e o outro a resurreição. A ressurreição significa:

a) A expiação consumada e Cristo vencedor sobre a morte.

b) A justificação do crente (Rm 4.25)

c) A redenção do corpo do crente (Romanos 8.23 - Efesios1.13-14)

3. Que Jesus era o Cristo. Paulo podia ter notado as circunstâncias contrárias que levaram tantos judeus a negar essa verdade. Seu nascimento problemático: Sua vida sem pretensões à realeza, Sua submissão ao poder romano, Sua humildade em vez de orgulho de um chefe, Sua morte vergonhosa. Mas podia ter apontado como provas positivas - Sua linhagem davidica: Sua conceição milagrosa; Seu testemunho do Batista: Sua correspondência com as profecias, Suas obras benéficas: Sua revelação do Pai: Sua legislação espiritual; Sua morte expiatória, Sua ressurreição e assunção.

No caso de ainda sobrar tempo há muitos pontos no trecho que merecem um estudo cuidadoso: semelhanças e diferenças entre o trabalho em Tesalónica e Beréia: característicos dos convertidos característicos dos inimigos, o significado do v. a retirada repentina de Paulo e a demora de Silas e Timóteo na Beréia, etc.

Conclusão. Que significa para os ouvintes o padecimento de Cristo e a Sua ressurreição? Quais ouvintes estão entre os mais nobres?

Prof. Jakson Souza Bragança

https://www.youtube.com/@pastorjsbraganca

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