Comentário Teológico sobre o Cidadão Cristão

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.

Irmãos, como homem falo; se a aliança de um homem for confirmada, ninguém a anula nem a acrescenta.

Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.

Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa.

Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão.

Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.

Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um.

Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.

Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.

Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.

De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.

Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.

Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.  Gálatas 3.13-26

O texto de Gálatas 3:13-26 é um dos trechos mais teológicos e significativos da Carta aos Gálatas, onde Paulo aprofunda a doutrina da justificação pela fé e a supremacia da graça de Deus em Cristo sobre a Lei mosaica. Aqui está um comentário teológico detalhado sobre este trecho:

Gálatas 3:13-14 - A Redenção em Cristo

Paulo afirma que Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar" (v.13). Este versículo centraliza a obra de Cristo na cruz como o meio de redenção. A Lei não era má em si, mas, devido à incapacidade humana de cumpri-la plenamente, ela expunha as pessoas à maldição (Deuteronômio 27:26). Cristo, ao ser pendurado no madeiro (uma referência a Deuteronômio 21:23), assumiu essa maldição por nós.

- Teologicamente, isso destaca a substituição penal: Cristo tomou o lugar dos pecadores.

- Objetivo final: que "a bênção de Abraão" (justificação pela fé) chegasse aos gentios (v.14) e que o Espírito Santo fosse dado como promessa aos crentes.

Gálatas 3:15-18 - A Promessa é Superior à Lei

Paulo argumenta que a **promessa feita a Abraão** precede e é superior à Lei. A aliança com Abraão foi baseada na fé e não dependia de obras (v.16). Ele enfatiza que a promessa foi feita a Abraão e à sua "descendência", que é Cristo.

- Teologicamente, Paulo reforça que a Lei (dada 430 anos depois da promessa) não pode anular a aliança anterior. A herança é um dom de Deus, não um pagamento por méritos humanos.

Gálatas 3:19-22 - O Papel da Lei

Paulo aborda a pergunta inevitável: "Então, para que serve a Lei?" (v.19). Ele explica que a Lei foi dada por causa das transgressões, até que viesse o descendente prometido (Cristo). A Lei, portanto, tinha um propósito temporário e pedagógico.


1. Função da Lei: Expôs o pecado ao torná-lo evidente. Atuou como um "guardião" até a chegada de Cristo.

2. Limitação da Lei: A Lei não podia dar vida (v.21). Ela apenas apontava para a necessidade de um salvador.

Paulo conclui que as Escrituras encerraram todos debaixo do pecado, para que a promessa viesse aos que creem (v.22).

Gálatas 3:23-26 - A Fé Traz Liberdade 

Nos versículos finais, Paulo apresenta a Lei como um **"aio"** (tutor ou guia), cuja função era conduzir as pessoas a Cristo (v.24). No entanto, agora que a fé veio, os crentes não estão mais sob a tutela da Lei.


1. Nova Identidade em Cristo: Pela fé, os crentes são filhos de Deus (v.26). A relação não é mais de servidão à Lei, mas de filiação e liberdade.

2. Teologia da União com Cristo: Através da fé, há uma união com Cristo que transcende as barreiras impostas pela Lei.


Lições Teológicas e Práticas 

1. A Supremacia de Cristo: Ele é o centro da história da salvação, cumprindo tanto a promessa a Abraão quanto os requisitos da Lei.

2. Justificação pela Fé: A salvação é recebida pela fé em Cristo, não por obras da Lei.

3. Universalidade do Evangelho: A bênção de Abraão alcança judeus e gentios, unindo-os em Cristo.

4. Liberdade em Cristo: A Lei cumpriu seu papel ao nos levar a Cristo, mas agora vivemos pela graça.

Esse trecho, portanto, reforça o tema central da Carta aos Gálatas: A liberdade do crente em Cristo e a inutilidade de depender da Lei para alcançar justiça diante de Deus.

O cidadão cristão e o crente cumpre seus deveres cívicos por meio de uma conduta de acordo com o espírito de Cristo.Todo o assunto da convivência do ser humano com seus semelhantes e notar que ele tem obrigações para com seu próximo (v. 14) e não somente para com seus irmãos».

A divisão do estudo pode ser:

1) O preparo do crente para a vida social.

Ele não pode preencher devidamente seus deveres sociais e cívicos se não tiver uma conduta intima irre- preensível. Por isso necessita cultivar e andar no Espírito (16), a submissão ao Espírito (17), a direção do Espírito (18), o fruto do Espírito (22), o viver no Espírito (25).


2) O procedimento do crente na vida social.

Seu motivo é o amor ao próximo. Sua expressão é serviço. Evita todas as obras da carne.


3) Os perigos do crente na vida social.

Os perigos do crente na vida social são diversoss por exemplo:

Seu amor ao próximo pode resultar em ceder à influência mundana dele; pode preocupar-se tanto com os deveres cívicos que se esquece que nossa política está nos céus» (Fp 3.20), e que, co- mo cidadão do reino celestial, a sua primeira fidelidade deve ser a Cristo, seu Rei; será sempre possível ele chegar a ser cobiçoso de vangló- ria e invejar (26) em conseqüência da estima que conquista entre os vizinhos.

4. Aplicação: 

Quais são os deveres sociais cívicos que voce reconhece? Quem imita o patriotismo de Rm 10.1? Quem serve aos outros por amor? quem por dever? quem por dinheiro? Quem dinheiro?  Quanto voce sabe do Reino de Deus na sua própria vida espiritual?

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